COVID-19: estou bem protegida(o)?
Tenho visto muitas pessoas na rua circulando com máscaras cirúrgicas e luvas. Não as julgo, estão tentando se proteger contra o bendito do coronavírus. A pergunta é: estão usando esses equipamentos de proteção da forma correta?
Acredito que poucos são os que sabem como realmente usá-los.
Então, tentarei explicar de uma forma bem clara sobre isso. Quando e como devemos usar a máscara cirúrgica, as luvas e a máscara N-95. Preparados?
*******Bem, eu demorei muito pra concluir em como iniciar essa explicação, pois eu não estava encontrando um meio de falar sobre isso, sem que ofendesse alguns possíveis leitores. Então eu peço desculpa, antes de tudo, caso vocês se sintam ofendidos com alguns possíveis comentários. Dito isso, seguiremos adiante para falar sobre: máscaras cirúrgicas, máscaras N-95 e luvas de procedimento.*******
Vou começar falando das luvas, por ser o que mais me incomoda em ver as pessoas usando na rua.
Eu entendo, de coração eu entendo, o desespero de todos. O Coronavírus é uma doença que já matou mais de 10 mil pessoas pelo mundo e o fato de que a qualquer momento podemos contrair essa doença é assustador. Porém, pensem dessa forma: se você está usando luvas e está caminhando na rua e pega em qualquer objeto que provavelmente estará sujo e logo em seguida passar a mão calçada com a luva nos cabelos ou pega em sua bolsa ou acaba esquecendo e passa a mão pelo rosto... Ou seja, o que deveria lhe proteger, vai ser um fator contaminante. Traduzindo: as luvas não são eficazes se você vai ficar circulando na rua com ela o tempo inteiro. Só seria válido se você conseguisse luvas suficientes para trocar a cada vez que tocar em seu celular, subir ou descer do ônibus, abrir ou fechar portas... essas coisas que são tarefas consideradas inofensivas para muitos, mas sinônimo de morte para outros.
Hoje, fui no mercado e as meninas do caixa estavam usando luvas de plástico. Juro que subiu uma vontade de perguntar se a cada compra realizada ela trocava as luvas, mas achei que soaria um pouco neurótico da minha parte questionar isso para uma das moças.
Enfim, lavar as mãos e usar álcool em gel é muito mais eficaz que usar luvas, a não ser que carregue uma caixa de luvas para trocar sempre que necessário.
Próxima proteção: máscara N-95.
A recomendação que nós, da área de saúde, recebemos é de que devemos usar a máscara N-95 apenas em situação em que haja processo aerosol (entubação, aspiração, RCP...) e sua duração seria de 12h quando em contato com paciente supeito ou confirmado com COVID-19. É comum, nos dias atuais, encontrar pessoas que utilizam essa máscara para circular nas ruas, obviamente, com medo de contrair essa doença. Ela é uma das mais eficazes contra doenças infectocontagiosas. A forma como ela molda em nossos rostos, vedando totalmente a região da boca e do nariz nos faz sentir protegidos, além do material utilizado em sua produção. Geralmente tem duração de 5 a 7 dias, se manipulada de forma correta por quem a utiliza. E é aí que entra a questão: como se dá sua utilização nas ruas? Como ela vem sendo manipulada na mão das pessoas que não são da área de saúde?
É comum, por várias vezes, a pessoa retirar a máscara do rosto segurando pela parte da frente, ainda mais quando começa a se sentir agoniado ou sufocado por estar muito tempo usando-a. O problema é que ao remover a máscara do rosto, segurando-a pela frente é o que a torna inutilizável. Supondo que a mesma pessoa que tem circulado com as luvas sem trocar, está utilizando a máscara N-95 e ao retirá-la com a luva suja, irá contaminá-la, tornando-a descartável logo em seguida. O ideal é que esse tipo de máscara seja removida pelos elásticos que ficam presos a ela e não pela parte da frente. Ou seja, o indivíduo deve ao máximo evitar pegar na máscara pela parte da frente.
Última proteção, não menos importante e a mais querida de todo mundo: máscara cirúrgica.
Como já falado antes, a máscara cirúrgica é considerada "a queridinha" de todos. É a mais fácil de ser encontrada (não por agora, já que estão vendendo as caixas por valores absurdos), a mais fácil de usar e a que menos nos "sufoca" (tem muita gente que reclama de se senitr sufocado, como se não conseguisse respirar por conta da N-95 e por isso optam pela máscara cirúrgica).Na postagem anterior a essa (caso não tenham lido ainda, acessem aqui) eu falei sobre não ser necessário o uso da máscara por qualquer pessoa e mantenho essa opinião, tendo em vista que não é de muita utilidade se não é manuseada de forma correta. Os mesmos erros que envolvem a inutilização da máscara N-95 como uma forma de proteção, acometem a máscara cirúrgica. Começando pela forma em que são colocadas e retiradas dos rostos de quem usa.
Vejo muitas pessoas, inclusive profissionais da área de saúde, que pegam as máscaras com a mão suja e as colocam no rosto. Ou então, pelo fato da máscara ficar folgada, fazer uma dobra no elástico ou cruzar as amarras para evitar que caia. Me digam, vocês que estão lendo, consideram isso certo ou errado? Eu considero errado, inclusive, já até fiz errado. Várias vezes, sem saber que estava errada. Se a máscara é para minha proteção, então por que não vou limpar minhas mãos antes de manuseá-la pela primeira vez? E, com relação à dobra do elástico ou o cruzamento das amarras, é um erro porque deixa brecha nas laterais para que respingos de espirro ou tosse entre por elas, sem que percebamos. Ficou claro? A duração da máscara, a princípio, eu acreditava que era de cerca de 2h a 3h. Descobri recentemente que ela pode ser usada durante um período inteiro, podendo ser trocada apenas três vezes no dia (manhã, tarde e noite). Legal, nao é? Mas, para isso ocorrer depende de: evitar retirar a máscara toda hora para falar (vocês acreditem ou não, você pode falar normalmente utilizando a máscara e as pessoas irão entender perfeitamente o que você disser), evitar tocar na parte da frente da máscara (sempre utilizar as amarras ou os elásticos para removê-la). Essa última medida é até a melhor, pois evita, também, a contaminação por fluidos.
Uma outra coisa sobre essas máscaras que eu tenho visto muito acontecer, são as máscaras costumizadas. Tem umas até lindinhas que eu vejo o pessoal usando, dá até vontade de comprar o tecido e fazer para mim também. Mas, sabem qual é o problema delas? Exatamente, são feitas de tecido. Tecido não impermeável. Sabe o que isso significa, meus amados leitores? Que nada adianta usar a máscara, pois se alguém tossir perto de mim, o respingo dessa tosse poderá transpassar a minha máscara de tecido, mesmo se for em gotículas mínimas, que eu nem vou perceber a olho nu. O vírus poderá se instalar nessa máscara, transpassar o tecido e chegar até a mucosa do meu nariz ou da minha boca. Para que eu possa usar uma máscara costumizada e linda, eu terei que usar a máscara cirúgica por baixo.
Galera, essa é toda informação que eu possuo. Boa parte dela eu retirei do que me foi ensinado em sala de aula durante a minha formação de Técnica em Enfermagem, a outra parte eu fui adquirindo no meu dia a dia, na prática. Algumas informações eu adquiri na última quinta-feira (26), durante uma mini palestra no setor onde estou lotada provisóriamente por uma das enfermeiras do CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do hospital e fiquei muito feliz com a iniciativa em trazer informações e até nos chamar atenção aos nossos cuidados. Eu achei justo e bastante interessante trazer essas informações para quem lê esse blog, pois vejo muita gente fazendo totalmente o contrário do que é indicado, achando que estão se protegendo de alguma forma. Acredito que deveria haver mais informações sobre isso e que também deveria haver mais interesse de quem utiliza dessas proteções, saber como pode ser usada, quando deve ser usada, quais as maneiras corretas para de fato se proteger e não acreditar que está protegido.
Enfim, espero que tenham gostado, pois eu me diverti escrevendo. Se souberem de mais algum detalhe ou qualquer cosia que possa acrescentar, sejam bem vindos e comentem a vontade. Se houver algum erro nas informações que deixei disponíveis, por favor me corrijam, mas sejam legais, okay?
Beijos da Jam, até a próxima!
*******Bem, eu demorei muito pra concluir em como iniciar essa explicação, pois eu não estava encontrando um meio de falar sobre isso, sem que ofendesse alguns possíveis leitores. Então eu peço desculpa, antes de tudo, caso vocês se sintam ofendidos com alguns possíveis comentários. Dito isso, seguiremos adiante para falar sobre: máscaras cirúrgicas, máscaras N-95 e luvas de procedimento.*******
Vou começar falando das luvas, por ser o que mais me incomoda em ver as pessoas usando na rua.
Eu entendo, de coração eu entendo, o desespero de todos. O Coronavírus é uma doença que já matou mais de 10 mil pessoas pelo mundo e o fato de que a qualquer momento podemos contrair essa doença é assustador. Porém, pensem dessa forma: se você está usando luvas e está caminhando na rua e pega em qualquer objeto que provavelmente estará sujo e logo em seguida passar a mão calçada com a luva nos cabelos ou pega em sua bolsa ou acaba esquecendo e passa a mão pelo rosto... Ou seja, o que deveria lhe proteger, vai ser um fator contaminante. Traduzindo: as luvas não são eficazes se você vai ficar circulando na rua com ela o tempo inteiro. Só seria válido se você conseguisse luvas suficientes para trocar a cada vez que tocar em seu celular, subir ou descer do ônibus, abrir ou fechar portas... essas coisas que são tarefas consideradas inofensivas para muitos, mas sinônimo de morte para outros.
Hoje, fui no mercado e as meninas do caixa estavam usando luvas de plástico. Juro que subiu uma vontade de perguntar se a cada compra realizada ela trocava as luvas, mas achei que soaria um pouco neurótico da minha parte questionar isso para uma das moças.
Enfim, lavar as mãos e usar álcool em gel é muito mais eficaz que usar luvas, a não ser que carregue uma caixa de luvas para trocar sempre que necessário.
Próxima proteção: máscara N-95.
A recomendação que nós, da área de saúde, recebemos é de que devemos usar a máscara N-95 apenas em situação em que haja processo aerosol (entubação, aspiração, RCP...) e sua duração seria de 12h quando em contato com paciente supeito ou confirmado com COVID-19. É comum, nos dias atuais, encontrar pessoas que utilizam essa máscara para circular nas ruas, obviamente, com medo de contrair essa doença. Ela é uma das mais eficazes contra doenças infectocontagiosas. A forma como ela molda em nossos rostos, vedando totalmente a região da boca e do nariz nos faz sentir protegidos, além do material utilizado em sua produção. Geralmente tem duração de 5 a 7 dias, se manipulada de forma correta por quem a utiliza. E é aí que entra a questão: como se dá sua utilização nas ruas? Como ela vem sendo manipulada na mão das pessoas que não são da área de saúde?
É comum, por várias vezes, a pessoa retirar a máscara do rosto segurando pela parte da frente, ainda mais quando começa a se sentir agoniado ou sufocado por estar muito tempo usando-a. O problema é que ao remover a máscara do rosto, segurando-a pela frente é o que a torna inutilizável. Supondo que a mesma pessoa que tem circulado com as luvas sem trocar, está utilizando a máscara N-95 e ao retirá-la com a luva suja, irá contaminá-la, tornando-a descartável logo em seguida. O ideal é que esse tipo de máscara seja removida pelos elásticos que ficam presos a ela e não pela parte da frente. Ou seja, o indivíduo deve ao máximo evitar pegar na máscara pela parte da frente.
Última proteção, não menos importante e a mais querida de todo mundo: máscara cirúrgica.
Como já falado antes, a máscara cirúrgica é considerada "a queridinha" de todos. É a mais fácil de ser encontrada (não por agora, já que estão vendendo as caixas por valores absurdos), a mais fácil de usar e a que menos nos "sufoca" (tem muita gente que reclama de se senitr sufocado, como se não conseguisse respirar por conta da N-95 e por isso optam pela máscara cirúrgica).Na postagem anterior a essa (caso não tenham lido ainda, acessem aqui) eu falei sobre não ser necessário o uso da máscara por qualquer pessoa e mantenho essa opinião, tendo em vista que não é de muita utilidade se não é manuseada de forma correta. Os mesmos erros que envolvem a inutilização da máscara N-95 como uma forma de proteção, acometem a máscara cirúrgica. Começando pela forma em que são colocadas e retiradas dos rostos de quem usa.
Vejo muitas pessoas, inclusive profissionais da área de saúde, que pegam as máscaras com a mão suja e as colocam no rosto. Ou então, pelo fato da máscara ficar folgada, fazer uma dobra no elástico ou cruzar as amarras para evitar que caia. Me digam, vocês que estão lendo, consideram isso certo ou errado? Eu considero errado, inclusive, já até fiz errado. Várias vezes, sem saber que estava errada. Se a máscara é para minha proteção, então por que não vou limpar minhas mãos antes de manuseá-la pela primeira vez? E, com relação à dobra do elástico ou o cruzamento das amarras, é um erro porque deixa brecha nas laterais para que respingos de espirro ou tosse entre por elas, sem que percebamos. Ficou claro? A duração da máscara, a princípio, eu acreditava que era de cerca de 2h a 3h. Descobri recentemente que ela pode ser usada durante um período inteiro, podendo ser trocada apenas três vezes no dia (manhã, tarde e noite). Legal, nao é? Mas, para isso ocorrer depende de: evitar retirar a máscara toda hora para falar (vocês acreditem ou não, você pode falar normalmente utilizando a máscara e as pessoas irão entender perfeitamente o que você disser), evitar tocar na parte da frente da máscara (sempre utilizar as amarras ou os elásticos para removê-la). Essa última medida é até a melhor, pois evita, também, a contaminação por fluidos.
Uma outra coisa sobre essas máscaras que eu tenho visto muito acontecer, são as máscaras costumizadas. Tem umas até lindinhas que eu vejo o pessoal usando, dá até vontade de comprar o tecido e fazer para mim também. Mas, sabem qual é o problema delas? Exatamente, são feitas de tecido. Tecido não impermeável. Sabe o que isso significa, meus amados leitores? Que nada adianta usar a máscara, pois se alguém tossir perto de mim, o respingo dessa tosse poderá transpassar a minha máscara de tecido, mesmo se for em gotículas mínimas, que eu nem vou perceber a olho nu. O vírus poderá se instalar nessa máscara, transpassar o tecido e chegar até a mucosa do meu nariz ou da minha boca. Para que eu possa usar uma máscara costumizada e linda, eu terei que usar a máscara cirúgica por baixo.
Galera, essa é toda informação que eu possuo. Boa parte dela eu retirei do que me foi ensinado em sala de aula durante a minha formação de Técnica em Enfermagem, a outra parte eu fui adquirindo no meu dia a dia, na prática. Algumas informações eu adquiri na última quinta-feira (26), durante uma mini palestra no setor onde estou lotada provisóriamente por uma das enfermeiras do CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do hospital e fiquei muito feliz com a iniciativa em trazer informações e até nos chamar atenção aos nossos cuidados. Eu achei justo e bastante interessante trazer essas informações para quem lê esse blog, pois vejo muita gente fazendo totalmente o contrário do que é indicado, achando que estão se protegendo de alguma forma. Acredito que deveria haver mais informações sobre isso e que também deveria haver mais interesse de quem utiliza dessas proteções, saber como pode ser usada, quando deve ser usada, quais as maneiras corretas para de fato se proteger e não acreditar que está protegido.
Enfim, espero que tenham gostado, pois eu me diverti escrevendo. Se souberem de mais algum detalhe ou qualquer cosia que possa acrescentar, sejam bem vindos e comentem a vontade. Se houver algum erro nas informações que deixei disponíveis, por favor me corrijam, mas sejam legais, okay?
Beijos da Jam, até a próxima!
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