Uma missão quase impossível
Começo esse texto de hoje para expressar o quanto estou chateada com as chamadas "aulas remotas".
Estou chegando a mais um final de semestre e infelizmente, com essa pandemia instaurada em nosso país, me encontro com as mãos na cabeça, os olhos cheios de lágrimas e a garganta seca de tanto reclamar com todos os meus conhecidos sobre toda a loucura que minha vida se tornou depois de declarada pandemia por conta do COVID-19.
Eu reconheço que muita coisa ficou para última hora, mas eu me esforcei o máximo desde o início desse semestre. Sempre estudando durante o meu horário de almoço no hospital onde trabalho, indo ou vindo do trabalho. Tento ao maximo deixar minhas atividades e trabalho em dias, porém tem ficado cada vez mais difícil com toda essa loucura. A situação no trabalho piorou, cada vez mais pacientes para assistir durante esse período, minha carga horária no trabalho aumentou e, consequentemente, menos tempo para estudar. Somente no último mês, perdi a conta de quantas vezes pedi desculpas às colegas por não conseguir ajudar nas atividades ou por sempre estar atrasada na hora de confeccioná-las. Perdi a conta de quantas vezes xinguei o sistema, a secretaria de educação e até mesmo alguns professores, como se isso fosse resolver todos os meus problemas.
A questão é que mesmo eu tendo um computador para poder usar, tendo acesso a internet e conseguir acessar, não tão assiduamente, mas sem problema algum; as coisas não se tornaram mais fáceis nem melhores. Em minha turma, logo no início da quarentena, muitas pessoas tiveram problemas para conseguir acessar por não possuir um equipamento adequado ou não possuir uma internet de qualidade e muitos questionaram como ficariam, pois se sentiam prejudicados e com razão.
Assim como esses colegas, eu vejo vários estudantes das redes estadual e municipal de várias partes do Brasil, relatando suas dificuldades para conseguir assistir as aulas. Além disso, há professores que não possuem uma formação nem preparo adequado para realizar as aulas ou adaptar suas aulas presenciais na modalidade EAD (Educação À Distância) e todo esse conjunto torna a aula maçante, prejudica a formação dos discentes além de sobrecarregar aos docentes.
Eu me sinto prejudicada, pois não acredito ter aprendido nem mesmo 50% do que gostaria de ter aprendido esse semestre mesmo tendo todos os meios para me desenvolver academicamente, imagina os tanto outros jovens que se preparam para o vestibular e para o ENEM. Crianças que precisam ser alfabetizadas, jovens com deficiências... Os problemas são tantos e as dificuldades tão, mas tão grandes que daria para escrever um livro sobre todos eles. Acredito que muitos, assim como eu, já consideram esse ano letivo perdido e é entristecedor ver nosso tempo sendo perdido, nossos esforços indo pelo ralo.
Atrás de tudo isso, ainda temos o regime capitalista gritando em nossas caras o que precisa ser feito para conseguirmos nos formar, a política defasada do nosso país que se encontra totalmene despreparado para enfrentar uma crise como essa. A falta de uma política pública decente que cuide de seus cidadãos, da economia, da saúde, segurança e educação pública; tudo isso influencia e reflete todo o caos que estamos presenciando hoje.
Hoje, esse texto reflete minha insatisfação com o despreparo
do governo e das instituições estaduais e municipais, com o descaso da maioria
das instituições de ensino para com docentes e discentes e, principalmente,
comigo mesmo por não conseguir me dedicar inteiramente ao meu estudo.
Beijos da Jam, até
a próxima!
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Não se cale!