Meu bicho-papão e eu...




Olá galerinha! Tudo bem com vocês?

Hoje eu vim aqui falar sobre um assunto um tanto chato: fobia.

Vocês sabem o que significa essa palavra? Pois, para quem não sabe, vou dizer o significado:

Fobia é um sentimento exagerado de medo ou aversão a um objeto, situação ou sentimento.

Há anos eu venho lidando com um transtorno muito grande em minha vida que é a minha fobia de palhaços. Sério, eu morro de medo mesmo! Tanto medo que me deixa paralisada se vejo um em minha frente, as vezes eu grito e choro desesperadamente como se fosse uma criança de dois anos porque perdeu o cobertorzinho. Assim como eu, existem várias pessoas com vários tipos de fobias que a gente nem mesmo imagina, como por exemplo: foba de buracos, fobia do escuro, fobia de altura, de insetos… são tantas…!

Mas, Jam… fobia e medo não são a mesma coisa? Então, meus amores, não são a mesma coisa. O medo é algo que já está embutido em nós. É um sentimento que todo ser humano tem, é algo regular. Temos medo do que não conhecemos, temos medo de sofrer um acidente de carro, temos medo de ficar na rua até tarde da noite… enfim, o medo é coletivo. Mas a fobia não é. A fobia é pessoal, é o medo em excesso é aquilo que causa dor e sofrimento, que atinge não só o psicológico, mas o físico também.

A fobia é aquele medo te imobiliza e te traz outros traumas, que exige ajuda profissional de um terapeuta ou psicanalista, às vezes até um psiquiatra.

Devo dizer que escrever sobre isso é um verdadeiro desafio para mim, já passei por muito perrengue por causa dessa fobia, muitos eu nem lembro muito por ter entrado em uma espécie de transe, na qual eu deleto tudo o que se refira ao ocorrido. É um sentimento muito angustiante de terror, é como se ele estivesse me sufocando. Todo o meu desespero começou quando ainda muito nova, não lembro bem a idade, mas tive um pesadelo com um palhaço uma vez, uma paralisia do sono que acarretou nesse pavor que me persegue até hoje. Lembro nitidamente do pesadelo, lembro-me da forma como o palhaço estava sentado em meu peito e me sufocava, do seu sorriso extremamente grande e vermelho, dos dentes amarelos e desalinhados, de seus olhos extremamente grandes e a forma como zombava de mim, mostrando o poder que tinha sobre mim. Confesso que está sendo muito difícil escrever sobre isso, mas eu sei que faz parte do meu processo. Estou me esforçando muito para vencer essa luta.

Esses dias eu me vi encurralada em minha casa, pois na TV toda hora aparecia um anúncio de uma farmácia que usava um palhaço para atrair pessoas, mas a minha cabeça não vê isso como uma coisa boa. O convite para as compras de remédios, parecia um convite para abate. Quem convive comigo e conhece o meu desespero, felizmente tiveram a preocupação em me ajudar a evitar e “fugir” desses anúncios, me avisando para não olhar para TV ou ficar em outro cômodo da casa. Mas eu me pergunto, como será quando eu estiver na rua sozinha? Nas salas de aulas ou nos corredores dos hospitais? Minha psicanalista é maravilhosa, ela se esforça muito para me ajudar, mas eu sinto uma regressão tão forte em mim. Começamos um trabalho para ressignificar algumas coisas relacionadas ao meu “bicho-papão” de forma separada, como por exemplo, o cabelo colorido já não me assusta tanto, afinal eu também tive cabelos coloridos em algum momento da minha vida, assim como minha companheira e algumas amigas. A boca vermelha, ainda é um desafio assim como o nariz vermelho. Estou tentando mudar isso em minha mente, pois eu uso batom vermelho, conheço muitas pessoas que usam batons vermelhos, então por que me assusta tanto? O nariz vermelho é algo comum e o que mais me remete ao ser, pois é o que mais caracteriza meu algoz. A cara toda pintada de branco me causa um pavor tão grande… é indescritível.

Nesse momento, meu peito está batendo tão forte que sinto como se fosse sair do peito, me sinto enjoada, minhas mãos estão suando frio e meus olhos cheios de lágrimas, porque é difícil lidar com isso. Mas de uma certa forma eu me sinto feliz, nesse momento eu também me sinto orgulhosa, por conseguir escrever até o fim e expor isso aqui para vocês.

Acredito que assim que publicar esse texto, vou precisar deixar o notebook de lado e apenas ficar quieta em um cantinho refletindo sobre isso, mas convido vocês a me falarem sobre seus medos também, quem sabe ajuda a aliviar um pouco esse peso do peito de vocês.

 

Beijos da Jam, até a próxima!            

 

Fontes:

Comentários

  1. Que relato pesado, e ao mesmo tempo necessário. Parabéns pela coragem!������
    A fobia social, e o medo de ver as pessoas que amo morrerem, me apavora constantemente. Todo instante penso sobre, e esse turbilhão de pensamento me deprime, fixo extremamente ansiosa, e pensando negativo, esperando sempre pelo pior. É horrível!������‍♀️

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    Respostas
    1. Compreendo perfeitamente essa sensação... a ansiedade e a angústia de ão saber o que vai acontecer no segundo seguinte é horrível. Falar sobre essa fobia não é fácil mas tenho feito o meu melhor para vencê-la, pois já me prejudicou muito, fora os surtos no meu antigo trabalho e com a família. Só posso desejar que você consiga lutar para vencer esse medo. Afinal, não temos o controle do tempo nem das coisas. Esse turbilhão que sentimos nos atrapalha e nos machuca, mas não podemos nos deixar abalar por esse sentimento.
      Força para lutar, estou torcendo por você!

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