O aprendizado da convivência e seus percalços
Dizem
que só conhecemos as pessoas a partir da convivência com elas e essa é uma das
maiores verdades do mundo!
A convivência é aquela coisa que a maioria
das pessoas esquecem que se faz necessário quando se vive com alguém e esquece
que existem detalhes que fazem da convivência mais leve, assim como mais
complicada.
Quem nunca ouviu a frase "vamos fazer a política da boa vizinhança" ou "a convivência é quem mostra quem realmente as pessoas são"? E quem nunca notou que essas frases estão estritamente interligadas ao fato de que a gente nunca conhece de fato alguém, a não ser através do conviver. O conviver nos mostra atitudes, opiniões, diálogos, comportamentos e pensamentos que podem (ou não) estar escondidas dentro de cada um de nós.
Vou dar um exemplo simples, meu primeiro emprego. Quando fiz a entrevista, falei várias coisas sobre mim, falei sobre qualidades (que eu acreditava ter, falei sobre defeitos que com certeza eu tenho, mas minimizei), falei sobre meus cursos, minhas experiências, falei sobre muitas coisas. Eu tinha 22 anos e estava atrás do meu primeiro emprego e foi como Jovem Aprendiz. Conheci algumas pessoas bastante interessantes durante o processo de seleção, algumas pessoas me dei bem logo de cara e pensei "poxa, vou levar pra vida", resultado? Nunca mais vi! E teve pessoas que eu nem imaginava criar algum vínculo e hoje é minha melhor amiga, criamos um bonde e mesmo que a distância entre nós seja grande atualmente, sei que vamos continuar com a mesma amizade como se nada tivesse acontecido. O que fez isso acontecer? A convivência! Viver diariamente com essas pessoas, conversar todos os dias, passar por perrengues juntos, ver o melhor e o pior de nós e ainda assim apoiar... foi isso que fez a amizade se tornar tão forte e os laços se estreitarem.
Quando conheci o amor da minha vida, eu
vivia especulando sobre várias coisas sobre ela. Eu me perguntava sobre seus
gostos, seus jeitos, indagava e até mesmo comentava com uma amiga sobre ela e,
ainda assim, só vim conhecê-la de fato depois de um ano de namoro, quando
começamos a morar juntas. A mulher tem manias (assim como eu), tem uns
"rituais" para dormir (os filmes de dormir), a lógica dela às vezes
não são as mesmas que as minhas e a gente tem muita divergência nos gostos. Ela
prefere doce e eu salgado, eu gosto de ter meu próprio sabonete pro banho e ela
usa o que achar no banheiro, quando eu começo a assistir uma série, eu gosto de
ir até o fim e ela sempre enjoa no segundo ou terceiro episódio (isso já virou
pauta em nossas discussões), eu gosto de ir à praia cedinho, pegando o solzinho
bom da manhã ou de tardinha pra pegar o pôr-do-sol e para ela, qualquer hora é
hora de praia. Eu gosto de mijo de carne, ela prefere galinha caipira. Temos
quase o mesmo gosto musical, isso mesmo, quase. Eu gosto muito de músicas intencionais
e quando abro minha playlist no Spotify para escutarmos juntas, ela sempre
reclama. Eu também não sou uma pessoa fácil, admito. Acredito que sou tão
ilógica para ela quanto ela é para mim. Até as nossas matérias favoritas são
diferentes! Ela é a mulher das exatas e eu de linguagens. Mas o melhor de tudo
é que a experiência de viver com ela, dormir e acordar do seu lado e passar as
24h do dia lado a lado me mostrou que eu não escolheria pessoa melhor para
viver e compartilhar minhas ideias, pensamentos, desejos, alegrias e tristezas.
Ela tem visto o melhor e o pior de mim, tem visto cada imperfeição que me faz
humana e ainda assim continua ao meu lado. Aprendemos uma com a outra através
de cada briguinha boba, cada discussão séria, cada planejamento, cada diálogo,
cada "sim" e "não" que dissemos uma para outra, tudo isso
se tornou um degrau para seguirmos adiante em nossa caminhada. Nos ajustamos e
moldamos uma à outra para facilitar a nossa caminhada. É assim que tem sido
desde que decidi morar com ela e com a sua família.
O que eu quero dizer é que viver e
compartilhar a vida com alguém é um esporte muito louco e que merece medalha de
ouro para quem conseguir realizar tal feito com o mínimo de brigas e discussões
possíveis. É saber que vai receber vários "nãos" e vai ter muita
vontade de voltar atrás. E isso é normal, afinal somos seres humanos lidando
com seres humanos que ne sempre vai compartilhar do mesmo desejo ou das mesmas
ideias que a gente, cabe a nós respeitar e seguir adiante (claro, se for valer
a pena, porque também não dá pra viver brigando o tempo inteiro e sofrendo pelo
mesmo motivo.). A convivência é a melhor experiência para encontrar espaços e
pessoas compatíveis, para avaliar situações e comportamentos, aprender a lidar
como diferente (mesmo que não concordemos) e é uma aventura maravilhosa quando
conseguimos aproveitar ao máximo esse esporte louco.
Beijos da Jam, até a próxima.
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