Sobre ser LGBTQIA+

 



A sigla cresceu, assim com a comunidade, a força de vontade de continuar resistindo e o cansaço de ser o professor da vez.

Poucos são os que conhecem o significado da sigla ou de cada letra, até mesmo quem está dentro da comunidade se perde e é normal. É muita novidade, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e nem todo mundo consegue acompanhar. Eu entendo, eu juro que eu entendo. Porém o que eu não entendo é a falta de compreensão de muitos que não sabem o mínimo que vivemos. Não entendo o ódio, a amargura, o desprezo. Não entendo como vocês acreditam que é fácil para nós, da comunidade, nos moldarmos ao quadro de vocês (o que fizemos por anos e ainda fazemos por medo), mas é tão difícil para vocês apenas “darem o google” e pesquisar mais sobre o tema. Não digo que devam aprender e ter tudo na ponta da língua ou engolir a todo custo quem somos, mas que respeitem e leiam um pouquinho sobre o assunto. Que entendam que não somos diferentes de vocês no quesito “ser humano”.

Não aguentamos mais bancar os professores da sociedade, não aguentamos mais pegar o agressor pela mão e tentar explicar por quem somos apaixonados e como isso funciona enquanto eles estão com paus e pedras nas mãos.  Para muitos de nós o sofrimento começa em casa. A tortura psicológica, a dor, a angústia e o início de todas as inseguranças começam em casa.  Para muitos de nós, ainda é difícil andar na rua de cabeça erguida, sem uma máscara no rosto. E para todos nós é difícil ver os olhares nas ruas, o fetichismo das pessoas, ser sinônimo de confusão e promiscuidade, fora o queerbating das grandes empresas! Quantas e quantas empresas lucram em cima de todo o nosso suor e sangue, em cima do nosso movimento que busca por respeito e direitos? Quantos amigos já nos deixaram de lado porque, aparentemente, quando de finalmente saímos do armário é “inevitável” dar em cima de geral… É chato não ter reconhecimento, estar sempre subjetivado nas mídias, ser sempre negado e ter um alvo nas costas. Estamos cansados dos preconceito velado, do discurso “nada contra, mas…” ou “não aceito o casamento gay”. É chato, revoltante e irritante.

Eu não consigo sair na rua com minha companheira sem estarmos apreensivas com o que as pessoas vão falar ou como vão reagir. É ruim não poder pegar na mão em determinados lugares por medo, não poder mostrar afeto e cuidado. Vocês não têm noção disso, não fazem ideia.

A omissão tem sido fatal na vida de muitos e, infelizmente, não estamos em um enredo de filme ou livro para tudo ficar bem no fim. Isso é a vida real e me dói saber que enquanto escrevo, na segurança da minha casa, algum LGBT pode estar passando por situações difíceis na rua ou em suas casas.

Escrevo hoje apenas para pedir algo simples: estudem sobre as causas LGBT+, pesquisem sobre o assunto. Converse com pessoas próximas, façam a diferença na vida de quem precisa. Não é preciso ser da comunidade, para proteger os nosso direitos ou nos respeitar.

Não somos promíscuos, não somos confusos, não somos e não estamos em uma fase. Não somos a ovelha negra – na verdade somos a parte colorida da família.

Ajudem seus amigos, conhecidos, colegas… ouçam o que eles têm para dizer, se informem mais e julguem menos!



Beijos da Jam, até a próxima!


Comentários

  1. Muita coisa rolando e devemos estar por dentro e muito bem informados!!!

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    1. Sim! As vezes até eu me perco com tanta coisa acontecendo... O mínimo que podemos e devemos fazer é nos informarmos. A internet está ao nosso alcance, estamos na era em que as informações correm rápido! Então não podemos simplesmente alegar que não sabemos, não é?

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  2. Não sabia o significado de Queerbaiting...ótima informação amg

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  3. Eu achei bem legal trazer essa informação para entendimento da galera e para alertar sobre isso também! Consumimos produtos de empresas que dizem lutar por causas, como LGBTQIA+ ou negras por exemplo, apenas para atrair o público.

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