ATELOFOBIA

 

ATELOPHOBIA:

“ATELÊS”, Grego = imperfeito; “PHOBIA”, Grego = medo. “ATELOFOBIA: Medo da Imperfeição”.

Alguém mais se identifica com esse termo?

Descobri que convivo com ele há mais tempo do que eu acreditava. Quem me acompanha no Instagram sabe, mais ou menos, como é isso no meu cotidiano e em como isso é uma verdadeira merda.

A Atelofobia é o medo da imperfeição, como já fala no início desse artigo. É o medo de não ser perfeito, de cometer erros… o medo de não conseguir ser bom o suficiente nas coisas que faz.

No mundo atual onde as atualizações ocorrem por segundo, os cancelamentos estão em alta e o padrão dos corpos continua existindo; fica cada vez mais difícil não me cobrar a perfeição. Eu fui criada na base da exigência, do cumprimento de regras e da perfeição. Comecei a alisar meu cabelo aos 12 anos porque era mais fácil para minha mãe cuidar, sempre precisei ser a mais responsável, a mais obediente por ser a mais velha. Sempre foi exigido muito de mim, mas nunca me foi dito que estava bom o suficiente e desde então eu vivo buscando a perfeição em coisas que, às vezes, não há necessidade.

O não reconhecimento, a falta de agradecimento ou feedback negativo ou positivo, não importa… em geral, se ninguém me disser se o que eu fiz está bom ou não, vai me fazer sentir um lixo. Eu cresci sendo condicionada a esperar os tapinhas nas costas de bom trabalho ou palavras duras de feedback para tentar fazer melhor. A falta disso me deixa muito agitada, me fazendo acreditar que nada tá valendo a pena.

A cobrança que eu exerço sobre mim mesma é pior do que a cobrança que pode vir de fora. Em minha mente há a necessidade de ser perfeita ou, pelo menos, executar todas as minhas funções com o menor número de falhas possível – e ainda assim eu vou me deitar em minha cama a noite e vou ficar remoendo o assunto, mesmo sabendo que não há prejudicados. Acredito que eu me viciei em ter a aprovação de todos.

Atelofobia é aquela coisa que vai te dizer para não fazer algo por medo de dar errado, por medo sair feio ou como não foi planejado. Essa é a fobia que te coloca como incapaz e, não sei se algum psicólogo vai concordar comigo, mas acredito que ela seja do tipo que é introduzida dentro da pessoa. Exemplo: uma criança que escuta durante toda a sua infância que é incapaz de fazer algo bem-feito, vai crescer se esforçando para dar o seu melhor sempre, para cobrir essa falha. E essa cobrança exagerada para evitar os erros ou cobrir as falhas é uma das coisas que compõem essa droga dessa fobia.

A minha cobrança é tão grande que me impediu de terminar de escrever esse artigo a tempo de publicar antes das 18h. Eu estou ansiosa e agitada, já chorei, já me culpei, já joguei no celular e jogos de tabuleiro com minha cunhada, sogra e tia; já pedi ao universo para iluminar o meu caminho e me dar sabedoria pra continuar a escrita, porque eu sei o quanto é importante escrever sobre isso.

A minha intenção em escrever sobre esse tema não é falar sobre as minhas inseguranças e necessidades, mas alertar a vocês que me leem. Abrir seus olhos para que tomem cuidado com as coisas que vocês fazem e exigem de vocês. O medo da imperfeição é mais comum do que imaginamos, principalmente quando envolve a nossa imagem (quem não conhece a música Pretty Hurts da diva Beyoncé?) ou nosso trabalho. Mas se você sabe que está fazendo o seu melhor, que está se esforçando, já é o suficiente! Não espere pelo agradecimento do outro ou pelo aperto de mãos. Apenas faça porque vai te fazer bem trabalhar da melhor forma. Faça com a perfeição que lhe é permitido, nunca vá além do que seu corpo ou mente permite, pois isso adoece. Observe essa escritora que vos alerta e siga como exemplo do que não fazer nesse quesito. Faça por você, viva por você e se cuide, pois seu corpo não é nada sem sua mente!

Beijos da Jam, até a próxima!