Paternidade (2021) - Filme, Netflix
Muito se fala sobre as mães solos
e suas dificuldades em criar seus filhos, cuidar da carreira, da casa e tantas
outras adversidades que o mundo dá de graça para elas. A Netflix, mais uma vez
inovando, nos traz o filme Paternidade que é baseado em uma história real, estrelado
por Kevin Hart – conhecido mundialmente por seus filmes de comédia.
Paternidade nos apresenta o Matt,
um homem que se torna viúvo um dia após o nascimento de sua filha, Maddy; e que
decide cuidar, educar e cria-la sozinho, mesmo com as críticas de sua ex-sogra
e amigos.
Todos nós sabemos que cuidar,
criar e educar uma criança não é fácil em pares, ainda mais sozinho. Matt passa
por situações que uma boa parte das mulheres no mundo inteiro passa na ausência
de seus companheiros. Alimentar, trocar fraldas, lidar com cólicas noturnas… são
tantas coisas que uma criança recém-nascida necessita de cuidados que chega a
ser sufocante, estressante e cansativo para quem cuida. Mas Matt consegue tirar
de letra toda a situação. Ele consegue lidar com a criação de sua filha, obviamente
com a ajuda de sua ex-sogra, mãe e amigos, mas o importante é conseguir chegar
ao objetivo.
O filme pode ser considerado dividido em duas partes, sendo elas a primeira e a segunda infância de Maddy (Melody Hurd). A primeira infância é aquela em que ela necessita do pai para fazer absolutamente tudo. Não que na segunda seja diferente, mas a questão é que ela não tem como se comunicar verbalmente ou explicar seus sentimentos e sensações, fazendo com que seu pai surte em alguns momentos por não saber identificar o que lhe causa mal-estar. Ainda nessa primeira fase, mostra o desenvolvimento de Maddy que está descobrindo e aprendendo sobre seu espaço, compreendo seu corpo, testando os seus limites e aprendendo sobre o equilíbrio e dimensão de seu corpo, o que é emocionante para seu pai quando a vê dando seus primeiros passos no parquinho (mas quem não se emocionaria, não é mesmo?).
A segunda parte da infância de Maddy
se passa quando ela já está com cinco anos e precisa ir para a escola, lidar
com outras questões como outras crianças a importunando por preferir usar
calças à saias – como exige o uniforme escolar –, o que é um fator importante: a
imposição da escola em distinguir roupas femininas das masculinas, o que traz
um certo desconforto para Maddy e consequentemente seu pai. Essa fase do filme
nos traz um questionamento significativo para a nossa atualidade, já que cada
vez mais temos “roupas unissex”, afinal roupa é roupa e não há problemas com as
cores ou com o tipo de roupa que uma criança deve ou vestir por ser calças ou
por conta dos desenhos nas vestimentas.
Para além disso, temos o desenvolvimento
do personagem Matt, enquanto pai solteiro, pois ele precisa viver a sua própria
vida. Matt não é apenas pai, ele também é um homem que tem necessidades e que precisam
ser atendidas como qualquer outro ser humano. Sair, conhecer pessoas, se
relacionar, criar vínculos e laços faz parte de ser humano.
Paternidade traz uma utopia
gostosa de acreditar e imaginar. Com um elenco totalmente negro, no qual o pai
solteiro tem estabilidade financeira suficiente para criar sua filha parcialmente
sozinho, condições de dar uma educação que muitos não conseguem ter nos dias
atuais.
Todo o filme nos faz pensar em
quantos pais e mães solos temos pelo mundo e em todas as dificuldades que eles
enfrentam parar dar conta de tudo, nos faz questionar, principalmente, na mulher
e em como é vista pelo mundo. Durante o filme não vimos um chefe falando “teve
filho porque quis”, tivemos reuniões importantes atrapalhadas por uma criança
querendo a atenção de seu pai e, apesar dos olhares de quem participava,
ninguém ousou falar, comentar ou soltar uma piada sobre o assunto.
Paternidade nos faz repensar
também na visão que o mundo tem do homem negro dentro da sociedade. Nos faz ver
que existe inúmeras possibilidades e versões do homem negro. Mostra que a única
coisa que pode ser considerada comum entre os homens é o fato de serem homens
(de forma biológica), pois cada um tem sua singularidade. Isso fica bastante
claro quando Matt se encontra com seu melhor amigo, onde cada um mostra sua
singularidade no modo de agir, falar, se comportar em geral.
Enfim, posso afirmar que de todos
os filmes protagonizados por Kevin Hart, esse foi o melhor e mais gostoso de
assistir. Recomendo para todos aqueles que gostam de uma “dramédia” e gostam de
assistir uma evolução e superação do ser humano, além de divagar e refletir
sore a sociedade em si.
Beijos da Jam, até a próxima!




Amei cada detalhe desse texto! Ja quero assistir o filme.
ResponderExcluirEu fico feliz que tenha gostado, meu coração se enche de alegria e conforto!
ExcluirObrigada pelo comentário <3