Sobre a atual MPB...


 

E a pauta de hoje é variação cultural…

Todos que prestaram atenção nas aulas da disciplina de Artes sabem que a arte é contemporânea e que ela varia com o tempo. A arte é marcada por períodos e é composta por tudo que fale sobre uma determinada região ou população. Seja na dança, no teatro, nos filmes ou nas músicas… tudo é arte e ela varia de acordo tempo e civilização.

Usando a música como exemplo, vamos analisar o quanto a arte e a cultura (que são interligadas uma na outra, não pensem vocês que elas andam separadas, porque elas são tipo irmãos siameses) são volúveis e variáveis.

Todo brasileiro sabe que MPB significa Música Popular Brasileira. Mas, quais são essa músicas? Muita gente vai me dizer que são as músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Tribalistas, vão sugerir até uns rocks nacionais tipo Skank e Roupa Nova (acredite, Roupa Nova é considerado pop rock nacional). Mas o que a maioria esquece é que essas bandas e cantores fazem parte da Música Popular Brasileira por ter marcado a época em que eles fizeram sucesso no Brasil, que começou lá na década de 60 em diante.

Dos anos 90 para frente muita coisa mudou, muitas bandas fizeram sucesso. Ivete Sangalo, mulher arretada, nordestina e baiana; estreou no país com a banda EVA na década de 90, mostrando o Axé Music para o mundo, assim como Daniela Mercury, Margareth Menezes e tantos outros artistas na Bahia. Na virada do século de 1900 para 2000, novos gêneros foram surgindo como o funk no Rio de Janeiro, o pagode baiano, o sertanejo (que depois virou sertanejo universitário) nos estados do sul e do centro-oeste do país.

Não sei se ficou claro, mas até aqui eu venho falando sobre como a música e seus estilos e gêneros foram mudando e variando com o tempo. Até brega funk já temos hoje em dia (ainda não sei dançar, mas a batida não sai da minha cabeça), mas já tivemos o forró brega (banda DJavu), o carimbó também já ficou em alta na era Calypso (quem nunca bateu cabelo e gritou Calypsoooooooo, que atire a primeira pedra).

O fato é que MPB vai muito além do que se escutava na década de 60 em diante. Vai muito além da bossa nova e do gosto musical de cada pessoa. A música faz parte da cultura de cada região, de cada estado e de cada cidade desse país. MPB não é apenas o que eu escuto ou o que minha companheira escuta, é tudo o que engloba a comunidade em que eu vivo e em como isso reflete em minha vida. Já escutei (e até falei, admito), que Funk e Pagode não faziam parte da MPB, justamente por ter uma visão tão fechada e errada do que era a MPB. Talvez, se levássemos um pouco mais a sério as poucas e raras aulas que tínhamos na escola sobre arte e a sua composição, ou sobre civilização e deveres e direitos de um cidadão; não estivéssemos tão focados em atacar aquilo que não nos agrada.

Hoje eu não curto muito o funk como ele é cantado e representado, mas já dancei muito “Glamurosa” quando era mais nova, o Bonde do Tigrão e o É o Tchan também. Mas não curto muito a letra que é usada hoje (principalmente por entender melhor do que se trata, já que não sou mais uma criança e sim uma mulher de 27 anos), mas reconheço que faz parte do quadro que vivemos nos dias atuais e não vou negar que a batida do grave é gostosa de ouvir e viciante também (igual Barões da Pisadinha). Não é o fato de eu gostar ou não que vai mudar isso.

Ficou claro??

Era só um recadinho que eu queria dar para quem me lê e abrir os olhos de quem ainda pensa da forma como eu pensei em algum momento da minha vida. Fica esperto galera que a favela, o gueto, o morro, os ribeirinhos e a periferia também são cult.


Beijos da Jam, até próxima!

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