Sobre Divertidamente...
Vocês sabem que eu amo uma animação, nao é?
Um dia desses fui ao cinema com minha esposa e sua afilhada para assistirmos a uma animação da escolha de nossa menina. Tínhamos como opção Meu Malvado Favorito 4 e Divertidamente 2 e, seguindo todo o hype, a querida escolheu a segunda opção.
Confesso que fiquei preocupada, afinal, falar sobre emoções, setimentos e afins com uma criança é um tanto quanto complicado - pelo menos para mim é, eu nunca sei o que falar da maneira mais suave.
Quando assistimos ao primeiro filme, nos distraímos com as cores, rimos com os acessos de raiva da Raiva, os surtos de medo do Medo e os surtos de nojo da Nojinho e as confusões causadas pela ausência da Alegria e da Tristeza. Também acompanhamos com angústia o desespero da Alegria para retornar a sala de controle das emoções e dar sentido a vida da pequena Riley que está passando por mudanças radicais em sua vida, como a mudança de cidade, escola, casa, entre outras coisas.
No decorrer do primeiro filme, podemos observar de maneira bem signficativa o que cada emoção represeta na vida de um indivíduo, sobretudo na vida de uma criança, no entanto, como um bom filme da Disney, Divertidamente nos dá um final calmo, tranquilo, em que tudo termina na paz e colocando cada peça em seu devido lugar.
No segundo filme, a saga de retomar a liderança da sala de controle continua por parte da Alegria, só que dessa vez na companhia de, praticamente, todos quando as novas emoções surgem na nova e bastante temida fase da vida de um indivíduo: a puberdade. Riley deixa de ser uma "pequena garotinha" e inicia a fase da "adolescência".
A trama se desenvolve a partir da reforma da sala de cotrole que precisa abrir espaço para a Ansiedade, o Tédio, a Vergonha e a Inveja - e a ilustre presença da Nostalgia, sendo muito bem representado por uma senhoria muito fofinha bebendo chá -; que, chega no momento em que a Riley está em processo de transição, encarando o Ensino Médio, a saída das amigas da escola atual e a necessidade de aprovação dos prováveis novos colegas, deixando um misto de sensações dentro de seu corpo física e mentalmente.
Comparando os dois filmes, podemos perceber que, apesar do foco se apresentar nas emoções da Riley e em como eles lidam na resolução dos problemas, temos um sentimento comum lutando pelo bem de sua humana: a Alegria. Tanto em Divertidamente 1 quanto no Divertidaente 2, nós temos a liderança da Alegria numa força tarefa para colocar as coisas no eixo, enquanto as outras emoções causam uma verdadeira confusão na mente da Riley e os dois filmes retratam os momentos transitórios que a Riley vive, mostrando o descontrole emocional, que é representado nos comportamentos da personagem em questão.
Quando a Alegria se ausenta da sala de controle, junto a tristeza no primeiro filme, vemos em Riley uma garota chatada, raivosa e irritada, além do medo das mudanças. Ela deixou a escola e a cidade onde morou boa parte de sua infância, em decorrência do trabalho de seu pai. Com esse primeiro filme aprendemos que todas as emoções são importantes, a Alegria não pode ser a única a dominar o tempo inteiro, há momentos em que os sentimentos se misturam e são bem vindos, afinal a vida não é só sorrisos e está tudo bem. Não podemos, jamais, menosprezar os sentimentos de uma criança seja ele qual for, pois todos são importantes para a sua construção, para entender do que gosta ou não, o que vale a pena arriscar ou nem chegar perto.
No segundo filme, o caminho é basicamente o mesmo, com o agravante de que a transformação não é somente no ambiente externo. Há muita coisa mudando internamente e a Riley precisa lidar com tudo isso. Quando a Ansiedade, a Vergonha, o Tédio e a Inveja chegam para complementtar o quadro de emoções da Riley, as emoçoes que já existem ficam com medo, não sabem como lidar com os novos inquilinos e tudo se torna uma verdadeira confusão novamente. E, mais uma vez, vemos as emoções trabalhando em conjunto para colocar ordem na cabecinha da Riley adolescente.
O que mais me chamou a atenção, tanto no filme 1 quanto no filme 2, é a importância da Alegria e em sua forma de organizar as coisas sem deslegitimar as demais emoções. É a sua presença que torna tudo um pouco mais leve, mesmo nos acessos de raiva ou medo. Até mesmo quando a ansiedade se torna grande demais. A questão é: como fazemos para encontrar a parte alegre em nossos momentos de maiores confusões e desespero? Se seguimos os dois filmes, a receita é simples: aceitar as adversidades, aceitar que aquilo existe e tentar driblar de uma maneira mais leve, mas, por que não conseguimos? Por que permitimos que nossos sentimentos tome proporções tão gigantescas que acabam se tornando prejudiciais a nós mesmos? Acredito que somente o tempo vai nos dar essa resposta, afinal, o controle emocional não é algo que obtemos de um dia para o outro, é uma caminhada longa com erros e acertos, tropeços em pedras enormes e uma escalada montanhosa ridiculamente grande, mas necessária para o nosso desenvolvimento.
Essa caminhada inicia na infãncia, quando nos é permitido sentir e analisar aquele sentimento em questão; e segue ao longo da nossa vida quando somos colocados diante de imensas provas, que são nossas inúmeras transições - seja da fase infantil para a adulta, seja mudança de uma casa, emprego, saída do ensino fundamental para o ensino médio... De toda a forma, não podemos invalidar nenhum de nossos sentimentos, ou de qualquer outro ser vivo. Precisamos aceitar a existência dele para que assim possamos usá-los de uma boa maneira. Isso fica claro quando, próximo ao fim do segundo filme, a Alegria permite que a Ansiedade crie estratégias para que a Riley possa "sobreviver" ao ensino médio, sem de fato estragar a vida dela com seus excessos.
Para concluir esse artigo que já ultrapassou todas as minhas energias (e talvez a de vocês tabém), Divertidamente 1 e 2 nos ensina, de uma maneira bem lúdica, que todas as emoções são bem-vindas dentro de sua própria esfera e existem os momentos corretos em que elas aparecem (mesmo que a gente não consiga perceber). E, talvez, precisemos nos enxergar com um pouco mais de carinho, nos permitindo viver cada momento de forma intensa, sem esquecer que a Alegria está até nos pequenos detalhes, mesmo que tenhamos Tristeza, Raiva e até mesmo Ansiedade, ainda assim, podemos sentir um pouco de Alegria dentro de nós.
Beijos da Jam,
Até a próxima!
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